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Relato Nerd | Death Note


Filme que adapta um dos animes mais adorados não soube passar as emoções da obra original e se torna uma decepção por ser raso e sem nexo.

Light Turner (Nat Wolff) é um estudante que encontra um caderno que causa a morte de quem tem o nome escrito nele. Depois de constatar o assombroso efeito, ele começa a exterminar criminosos, sob a alcunha de Kira. Logo ele passa a ser caçado por L (Lakeith Stanfield), o maior detetive do mundo.

Quando um estúdio decide lançar um live action e anuncia isso ao grande público, todos ficam excitados e felizes com a ideia, afinal, queremos ver nossos personagens favoritos o mais próximo da realidade possível, e logo muita expectativa por parte dos fãs da obra original começa a ser criada sobre o novo projeto.

Confesso para vocês que anime não me cativa muito, consigo contar nos dedos quantos assisti. Faltando uma semana para a estreia do live action de Death Note, decidi fazer uma maratona do anime e tirar minhas próprias conclusões sobre a obra original e depois de assistir todos os 37 episódios fiquem simplesmente indignado por não ter assistido antes. Falar sobre a morte pode parecer pesado, o que de fato o anime é, mas a obra original consegue dosar toda a melancolia que tem ao falar de morte com a leveza e algumas cenas cômicas.

O live action lançado pela Netflix não consegue fazer essa dosagem e acaba se tornando um filme incoerente e confuso por não saber balancear esses momentos melancólicos e de leveza em cenas cômicas, você simplesmente não consegue saber qual é o verdadeiro tom do filme - o que acaba incomodando.

O roteiro não conseguiu dar conta de uma quantidade tão pequena de personagens, em comparação a quantidade presente no anime. As reais motivações de Light em se tornar Kira não são exploradas e tão pouco a megalomania que surge no personagem original quando ele enfim fica tomado pelo poder do caderno da morte; o passado de L, abordado em determinado momento, tão pouco. As descobertas de provas pelo personagem são toscas, te fazendo questionar como ele conseguiu descobrir tal fato; o pai de Light, James Turner, entra na força tarefa para caçar Kira e é ofuscado por L, tornando-se praticamente dispensável; Mia, o interesse amoroso, deixa a desejar pelo fato de ser "mais Kira", que Light; e acho que na opinião de todos, quem mais deixa a desejar é Ryuk, personagem que foi o mais afetado pelas mudanças, tornando-se, no filme, tudo aquilo que não é no anime, exceto pelo visual que foi o melhor elemento do filme. A alternância entre a cinismo e a comicidade foi o que mais fez falta - Uma das coisas que eu mais esperava era a abstinência de Ryuk por falta de maçã e a tentativa de fazer Light trocar metade de seus anos de vida por Olhos de Shinigami.

As cenas super curtas podem ter prejudicado o andamento e a aprofundação nos quesitos história e desenvolvimento dos personagens. A cada momento em que temos algo realmente sendo aprofundado, uma nova cena entra e nos faz ter mais questionamentos do que certezas.

Personagens como Misa Amane, Tota Matsuda, Shuichi Aizawa e até mesmo uma versão mais fiel de Yagami Soichiro (todos personagens mais próximos do protagonista) fizeram uma falta significativa na história, sem contar aqueles que, no anime, ajudam a tornar o nome de Kira, mais poderoso, Teru Mikami, Takada Kyomi, denominados como a mão e a voz que Kira respectivamente. Talvez até a inserção de um segundo shinigami, como Rem, responsável por dar um Death Note a Misa. A ausência de tais personagens são até compreensíveis, pela questão de duração do longa ou até mesmo uma questão financeira a Netflix, mas talvez com esses personagens a história pudesse ser totalmente diferente do que foi apresentado, e poderia ter sido melhor, ou não. Quem sabe? Uma vez que o problema tenha sido "roteiro", inserir esses personagens talvez não fosse fazer a menor diferença - Uma pena!

Há aqueles que dizem que não devemos comparar o filme com sua obra base, mas quando se fala de algo adaptado, comparar é uma obrigação, afinal de contas, se já temos um material de excelência, porque gostaríamos de algo inferior?

A única coisa boa que Death Note (live action) me proporcionou foi ter me feito assistido ao anime. Já o filme, é chato, esquecível, e o pior de tudo: Decepcionante. Com certeza é o pior filme do ano, INFELIZMENTE!

Apesar desse meu relato e impressões sobre o filme, como sempre dizemos, vale apena VOCÊ conferir e tirar suas próprias conclusões.

Death Note está disponível no catálogo da Netflix.

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